A Incatema realiza um estudo sobre a cadeia de valor do arroz em Angola

14 September, 2023

A Incatema realizou um estudo sobre a cadeia de valor do arroz em Angola, cujo relatório faz parte de vários estudos que a empresa está a realizar no âmbito da Assistência Técnica para a promoção do Diálogo Público-Privado no âmbito do Projeto de Desenvolvimento da Agricultura Comercial em Angola (PDAC), financiado pelo Banco Mundial e pela Agência Francesa de Desenvolvimento.

O arroz é um produto estratégico para a segurança alimentar de Angola. O país consome atualmente 450.000 toneladas por ano, quase totalmente importadas. Angola produz apenas 25.000 toneladas (5-6% da quantidade consumida). Segundo a Ana Romero, Diretora de Projetos de Consultoria da Incatema, “não é surpreendente que o arroz seja uma das culturas alvo do PLANAGRÃO, lançado recentemente pelo governo angolano, que visa duplicar a produção nacional de cereais dos 3,14 milhões para 6 milhões até 2027. Isso vai acrescentar a área cultivada com cereais em 2 milhões de hectares, dos quais espera-se que 34% sejam dedicados ao trigo, 30% ao arroz, 20% à soja e o restante à produção de milho.”

O estudo atual revela que as limitações técnicas na cadeia de valor do arroz em Angola podem ser superadas com relativa facilidade. De facto, as fazendas visitadas para este estudo estão atualmente a cultivar arroz com sucesso em Angola. Essas fazendas superam as limitações técnicas graças à contratação de peritos agrônomos e consultores estrangeiros e a importar diretamente sementes e equipamentos.

Necessidade de grandes investimentos financeiros e tecnológicos para o desenvolvimento da cadeia de valor do arroz

A maior limitação, a verdadeira barreira à entrada, é financeira, devido ao grande investimento necessário para quem inicia o processo de preparação da terra para o cultivo de arroz inundado e para a integração dos processos de colheita, processamento e embalagem na operação, que ainda não estão disponíveis de forma independente no mercado.

“Por essa razão, o estudo conclui que é inquestionável que a cadeia de valor do arroz em Angola apenas pode ser desenvolvida com a criação de grandes fazendas agroindustriais com um sistema de produção de alta tecnologia e integrado (incluindo o processamento) e com recursos financeiros sólidos e/ou acesso ao crédito”, acrescenta Ana Romero.

Assim, a cadeia de valor do arroz pode ser considerada prioritária para o Projeto de Desenvolvimento da Agricultura Comercial em Angola, uma vez que o seu sucesso depende principalmente de incentivos e/ou apoio ao elevado investimento inicial, através do desenvolvimento de parcerias público-privadas. Sempre que essas condições sejam cumpridas, o país poderá alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável diretamente relacionados com a erradicação da fome e da pobreza.