Incatema Consulting & Engineering estudará a recuperação dos sistemas de rega em São Tomé e Príncipe

16 October, 2020

A Incatema Consulting & Engineering foi selecionada como adjudicatária no concurso para a elaboração de um estudo para a recuperação dos sistemas de rega das comunidades de Canavial Baixo, Canavial Cima e Água Casada, na República Democrática de São Tomé e Príncipe, a segunda nação mais pequena de África, com apenas 200.000 habitantes. O projeto, promovido pelo Ministério da Agricultura e do Desenvolvimento Social do país africano, conta com um orçamento de 98.438,78 euros e terá uma duração estimada de 6 meses.

O estudo consiste no diagnóstico da infraestrutura de rega atual destas duas regiões e do seu grau de funcionamento, determinando a sua possível reutilização, bem como o levantamento topográfico das redes de distribuição de água e das suas parcelas agrícolas de rega. Além disso, também inclui a conceção e os cálculos para realizar a recuperação de ambos os sistemas de rega e a construção de novas infraestruturas necessárias para garantir o seu funcionamento ideal.

Este estudo é muito necessário, uma vez que garantir infraestruturas de abastecimento de água e sistemas de gestão mais eficazes terá um contributo muito positivo para o desempenho da agricultura familiar em regiões desfavorecidas, como a de São Tomé e Príncipe.

A recuperação da irrigação existente, uma prioridade nos países em vias de desenvolvimento

Sergio De Román, Diretor de Agricultura, Pescas e Desarrollo Rural na Incatema Consulting & Engineering explica que «enfrentamos um projeto empolgante, uma vez que temos de saber adaptar as soluções de engenharia às condições agrícolas e socioeconómicas locais, propondo sistemas de rega adequados à intensidade do cultivo. Tudo isto, tendo muito presente que a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e os organismos internacionais em matéria de desenvolvimento aconselham sempre que, face ao baixo desempenho de muitos sistema de rega nos países em vias de desenvolvimento, se dê prioridade à recuperação das infraestruturas existentes antes da irrigação de novas áreas». «Muitas vezes, estes pequenos países insulares estão à mercê da economia dos seus vizinhos de maior dimensão e sentem em primeira mão os efeitos das alterações climáticas. Embora estejam rodeados por mares e oceanos, em muitas ilhas a água para beber, para a agricultura e a indústria é um recurso precioso e, frequentemente, escasso. Com padrões climáticos em alteração e o aumento da urbanização, a gestão sustentável dos recursos hídricos constitui, cada vez mais, uma prioridade», conforme sublinham as Nações Unidas no relatório Questões Emergentes para os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, de 2014.