INCATEMA irá desenvolver um Sistema de Alerta Rápido para Inundações e Tempestades em Cuvelai (Angola) para combater os efeitos das alterações climáticas

28 June, 2021

A Incatema Consulting & Engineering irá desenvolver um mapeamento da vulnerabilidade da população da bacia hidrográfica de Cuvelai, em Angola, para fazer face aos efeitos das alterações climáticas, no âmbito do contrato celebrado com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente de Angola, para o Desenvolvimento Resiliente ao Clima e o Reforço da Capacidade de Adaptação aos Riscos Climáticos na Bacia do rio Cuvelai.

O objetivo do contrato é o desenvolvimento e instalação de um Sistema de Alerta Rápido para Inundações e Tempestades nas localidades de Cuvelai, Evale, Mupa, Ondjiva e Namacunde. Com esta rede de monitorização, procura-se controlar e antecipar as inundações na bacia, com vista à preparação prévia e à atenuação dos respetivos danos.

A bacia do rio Cuvelai, no sudeste do país, é um sistema de canais e drenagens que se juntam e separam ao longo do curso do rio. Esta bacia situa-se sobretudo na província de Cunene e estende-se até à fronteira com a Namíbia ao sul.

As fortes inundações causadas pelas alterações climáticas põem em causa a segurança alimentar na região.

«Esta zona do país é muito vulnerável a eventos climáticos, como secas ou fortes inundações, que costumam alternar-se a cada ano», sublinha Ana Romero, Diretora de Consultoria da Incatema Consulting & Engineering. «Com as fortes chuvas, a bacia fica inundada e o sistema de drenagem transborda. As fortes inundações são difíceis de controlar e, ano após ano, provocam a perda de vidas humanas, a destruição de casas e infraestruturas, a morte do gado e a perda das culturas agrícolas. Tudo isto tem como consequência o empobrecimento e a insegurança alimentar das famílias, que vivem da atividade agrícola e da pecuária», acrescenta.

Além disso, para além de Angola, as inundações nesta bacia afetam também o país vizinho, a Namíbia, onde cerca de metade da população (um milhão de pessoas) habita nesta bacia.

Tendo em conta o alcance e a gravidade dos efeitos das alterações climáticas em Angola, as autoridades começaram a procurar soluções. O Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente, com financiamento do Fundo Global para o Ambiente (GEF) e o apoio do PNUD, lançou várias iniciativas, entre as quais se destaca este projeto.

O projeto contará também com o apoio de instituições angolanas, como o Instituto Nacional de Recursos Hídricos (INARH), o Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INAMET), o Ministério da Energía e da Água (MINEA) ou o Ministério das Telecomunicações e Tecnologias da Informação (MINTTI).

Os trabalhos iniciaram-se em março de 2021 e irão estender-se por 4 meses.